terça-feira, 14 de dezembro de 2010

sonhei

sonhei que os garis
dançavam com suas vassouras pela rua
e faziam assim montes de folhas
onde se podia fechar os olhos
e se jogar pra trás.

domingo, 28 de novembro de 2010

cataclismo dionisíaco interno

meus neurônios estão em festa.
bacantes que são,
se esfregam nas sinapses
que sentem desejo,
sem pensar,
provocando uma espécie de
cataclismo dionisíaco interno.

domingo, 21 de novembro de 2010

estudo

mantenho meu estudo
medindo seus olímpicos diâmetros
através dos meus internos parâmetros
de apreciação.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Inofensiva

Queria ser borboleta. Inofensiva, voa e pousa.
Mas lagarta que sou, me arrasto queimando.



terça-feira, 3 de agosto de 2010

os teus olhos, mar de mistério.
a tua boca, poço de desejo.
o teu cheiro, lisérgico.
me perco em ti.
me encontro do avesso.

sábado, 3 de julho de 2010

I

no olvidame
escuchame
estoy aqui
queriendo sentir
tu olor
tu brisa
tu piel.

sábado, 19 de junho de 2010

implosão

tomei todo o vinho
arrastei alguns cds no chão do quintal
afoguei a plantinha
escrevi na parede
dormi de maquiagem
implodi meu coração
você não chegou a tempo de assistir
mas pode ficar com as ruínas se quiser.

domingo, 6 de junho de 2010

mais uma vez

mais uma vez, mais uma vez
me deixo ser levada
por essa sensação mundana, humana, barata
de acreditar que só posso viver plenamente na alegria
se você estiver por perto.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

.

مسرحية هامليت التراجيديه دى من المؤلفات المهمه جدا لويليام شيكسبير , وبتتكلم عن هاملت الامير بتاع الدانمارك اللى عمه قتل ابوه و اتجوز امه عبقرية هاملت انها ضمت فى روايه واحده احاسيس انسانيه مختلفه و كتيره جدا .

domingo, 23 de maio de 2010

alma

sou tão pouco
que se tudo de excesso for retirado
sobra só uma alma essencial

disseram que a perna retirada sente
a perna do outro
os dedos perdidos sentem os dedos
ainda vivos do outro
será que se perdermos todo o corpo
sentiremos a alma do outro?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

:)

que som pode ser mais doce que a sua risada?

sábado, 8 de maio de 2010

mãe

no meu pequeno mundo
você tem o melhor lugar da primeira fileira
você pode comer meu último pedaço da bomba de chocolate
mas eu sei que quem come seu último pedaço sou sempre eu.
te amo mãe.


quinta-feira, 29 de abril de 2010

Segundo as estatísticas do GAFP (grupo de atores fora do palco),
um, dois, três meses sem pisar no palco...

1 o ator começa a chamar atenção nas ruas
2 dança na escada do metrô
3 canta alto no escritório, ouvindo seu iPod no último volume

sua vida começa a virar arte em qualquer lugar porque ele precisa respirar

segunda-feira, 26 de abril de 2010

a lua quase

a lua quase cheia
a lua quase cheia
a vela quase no fim
a lua quase cheia
o dia quase chegando
a noite quase vindo
a lua quase
a lua quase 
a lua cheia quase em mim.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

no canto

no final do corredor da faculdade
um beijo escondido
no canto da boca
que escorrega pra língua
e invade a tentação de te sentir por inteiro.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

efêmera


não me importa se a paixão é efêmera e está condenada ao fim
assim também é minha existência de mim

sexta-feira, 9 de abril de 2010

ventrículo

as vezes o vento para
as folhas emudecem
o tempo pára
e o único movimento que se mantém em suspensão
é o ventrículo do oco músculo.

segunda-feira, 29 de março de 2010

solo


estar em queda livre,
com os pés no chão.

sexta-feira, 26 de março de 2010

poesia facebookiana I



Markun 
e tudo aquilo que ainda não disse?



Thiago Carrapatoso 
E tudo aquilo que já disse?
Jonaya de Castro 
e tudo que eu leio sem você dizer?
Thiago Carrapatoso 
E tudo aquilo que escuto sobre você?
Jonaya de Castro 
e tudo que ronda feito pensamento?

sábado, 20 de março de 2010

aos publicitários

Aos amigos publicitários:
se todos vocês mudarem de profissão,
o mundo pode ter salvação.

sexta-feira, 12 de março de 2010

louco

louco é aquele que suporta sua dor sem anestesia

segunda-feira, 8 de março de 2010

é simples assim,
não faço a menor idéia de que caminho percorrer,
não entendo a mensagem do horóscopo,
não consigo ler sua mente.
me parece um abismo invisível.

sábado, 6 de março de 2010



meu maior sonho 
é uma máquina de teletransporte
que por ter a Bahia como única opção...








...me levaria ao paraíso 
num piscar de olhos...











... junto com meus amigos, 
nadando em rio de águas limpas, 
rio Yara.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

ode aos gatos

Bichos polêmicos sem o querer, porque sábios, mas inquietantes, talvez por isso. Nada é mais incômodo que o silencioso bastar-se dos gatos.  O só pedir a quem amam. O só amar a quem os merece. O homem quer o bicho espojado, submisso, cheio de súplica, temor, reverência, obediência. O gato não satisfaz as necessidades doentias do amor. Só as saudáveis.

 Lembrei, então, de dizer, dos gatos, o que a observação de alguns anos me deu. Quem sabe, talvez, ocorra o milagre de iluminar um coração a eles fechado? Quem sabe, entendendo-os melhor, estabelece-se um grau de compreensão, uma possibilidade de luz e vida onde há ódio e temor?

Quem sabe São Francisco de Assis não está por trás do Mago Merlin, soprando-me o artigo?

Já viu gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um pilantra que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança a valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula. Gato não. Ele só aceita uma relação de independência e afeto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele é dependente, é chamado de arrogante, egoísta, safado, espertalhão ou falso.

 "Falso", porque não aceita a nossa falsidade com ele e só admite afeto com troca e respeito pela individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e ele o dá se quiser.

 O gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte. Sábio, é espelho. O gato é zen. O gato é Tao. Ele conhece o segredo da não-ação que não é inação. Nada pede a quem não o quer.

Exigente com quem ama, mas só depois de muito certificar-se. Não pede amor, mas se lhe dá, então ele exige.

 Sim, o gato não pede amor. Nem depende dele. Mas, quando o sente,é capaz de amar muito. Discretamente, porém sem derramar-se. O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano mas se comporta como um lorde inglês.

Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não transa ogato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso.

Relaciona-se com a essência. Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado, e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.

O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode (ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós). Se há pessoas agressivas em torno ou carregadas de maus fluidos, ele se afasta. Nada diz, não reclama. Afasta-se. Quem não o sabe "ler" pensa que ele não está ali. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir.

 

O gato vê mais e vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluidos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge portátil à disposição de quem o saiba perceber. 

Monge, sim, refinado, silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas, esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas.

 

O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato!

 Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga. Ensina a dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos os músculos, preparando-os para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo (quase 15 minutos) se aquecendo para entrar em campo. O gato sai do sono para o máximo de ação, tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, o qual ama e preserva como a um templo.

Lição de saúde sexual e sensualidade.

Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias.

Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e

território pessoal.

Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular.

Lição de salto.

Lição de silêncio.

Lição de descanso.

Lição de introversão.

Lição de contato com o mistério, com o escuro, com a sombra.

Lição de religiosidade sem ícones.

Lição de alimentação e requinte.

Lição de bom gosto e senso de oportunidade.

Lição de vida, enfim, a mais completa, diária, silenciosa, educada,

sem cobranças, sem veemências, sem exigências.

O gato é uma chance de interiorização e sabedoria posta pelo mistério

à disposição do homem.

 

Esse "estudo" é da autoria de nosso finado senador  Arthur da Távola que destoava da maioria dos políticos brasileiros. Ele era escritor, poeta, professor, jornalista e apresentador do excelente programa "Quem tem medo da música clássica".

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

msg subl

queria encontrar mensagens subliminares 
de que você se apaixonou por mim...
mensagens subliminares nas páginas do seu blog.